O Dia Mundial de Parkinson é celebrado a 11 de Abril para coincidir com o aniversário de James Parkinson, o neurologista britânico que em 1817 descobriu o que então se chamava agitans de paralisia e o que hoje conhecemos como doença de Parkinson.
A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa que afecta o sistema nervoso de uma forma crónica e progressiva. É a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente depois da doença de Alzheimer e pertence ao grupo dos chamados Distúrbios do movimento. A DP caracteriza-se pela perda (ou degeneração) de neurónios na substantia nigra, uma estrutura localizada na parte média do cérebro. Esta perda resulta na falta de dopamina no corpo, uma molécula que transmite a informação necessária para um movimento normal. A falta de dopamina provoca a alteração do controlo dos movimentos, levando a sintomas motores típicos como o tremor de repouso ou rigidez.
A causa exacta da DP é actualmente desconhecida na maioria dos casos, mas pensa-se que possa ser devido a uma combinação de factores genéticos, ambientais e relacionados com o envelhecimento. No entanto, os factores genéticos são cada vez mais reconhecidos como a causa da doença.
Factores genéticos
90% dos casos de Parkinson são formas esporádicas, ou seja, ocorrem num único membro da família e não são devidos a uma alteração genética específica. No entanto, cerca de 15% das pessoas com DP têm uma história familiar positiva e estima-se que 5-10% de todos os casos de Parkinson são atribuídos a variantes patogénicas em genes individuais.
Doença de Parkinson Monogénica
La EP monogénica es debida a mutaciones en un único gen, puede seguir diferentes tipos de herencia y la edad de inicio es variable. Podemos diferenciar la EP de aparición en la edad adulta de inicio temprano (20 – 50 años) o tardío (>50 años) causada por alteraciones en los genes GBA, LRRK2, PRKN o SNCA y la EP de inicio en edad juvenil (<20 años) asociada a los genes ATP13A2 o DNAJC6, entre otros.
Factores de susceptibilidade genética
Para além das principais causas monogénicas conhecidas da DP, foram identificados genes adicionais e loci de susceptibilidade através de estudos de associação de genomas (GWAS) e outras investigações. Em particular, foram identificados mais de 90 loci de risco genético para a forma esporádica da doença. Estas variações, que se encontram normalmente na população em geral, não desempenham um papel causal importante na DP, mas podem contribuir para o risco global de desenvolvimento da doença e podem exercer um efeito sobre algumas características da doença. Embora estes modificadores genéticos possam contribuir em pequena medida para o risco de DP, a maioria ainda não é clinicamente aplicável e é necessária mais investigação para clarificar o seu papel no diagnóstico clínico e na avaliação do risco.

Diagnóstico genético
Apesar do conhecimento destes factores genéticos como causa da DP, o diagnóstico da DP é ainda fundamentalmente clínico e é feito com base na história clínica e no exame neurológico do paciente, uma vez que não existe actualmente nenhum biomarcador para ajudar no diagnóstico. Contudo, na prática clínica de rotina, é comum a má classificação diagnóstica, com taxas de erro que variam entre 15% e 24% em casos diferentes. O maior desafio que os clínicos enfrentam é a diferenciação diagnóstica precoce da DP das doenças atípicas de Parkinson.
Parkinson atípico é um termo geral para uma variedade de doenças neurodegenerativas nas quais a síndrome de Parkinson é uma característica clínica proeminente, mas todo o espectro clínico, patologia subjacente, progressão e prognóstico diferem fundamentalmente dos da DP. Aqui é onde o diagnóstico genético pode ser relevante, conforme o conhecimento da alteração genética subjacente o permita:
- Fazer um diagnóstico concreto e fornecer informações mais específicas sobre o curso clínico.
- Aconselhamento mais eficaz e testes preditivos de parentes assintomáticos.
- Beneficiar de tratamentos específicos (por exemplo, estão actualmente em curso ensaios clínicos para doentes com mutações GBA e LRRK2).
Como e quando efectuar um diagnóstico genético
Los estudios genéticos pueden realizarse a partir de una muestra de sangre y en ellos se estudian por NGS los genes causantes de la EP con el objetivo de encontrar mutaciones que sean la causa de la enfermedad. Estos estudios deben realizarse en pacientes afectos de EP con aparición temprana de la enfermedad (<40 años) y/o pacientes con antecedentes familiares. También pueden realizarse estudios predictivos en familiares asintomáticos donde se haya identificado previamente la mutación familiar causante de la EP. Antes de la realización de cualquier estudio genético es recomendable la realización de una consulta de asesoramiento genético. En ella se proporciona a los pacientes y familiares información sobre la naturaleza y el modo de herencia de la EP y las implicaciones de la realización de un estudio genético para que puedan tomar decisiones adecuadas una vez han recibido la información necesaria.
- Cook, Lola, et al. O papel dos testes genéticos para a doença de Parkinson. Relatórios actuais de neurologia e neurociência, 2021, vol. 21, no 4, p. 1-11.
- Cook, Lola et al. Genetic Testing for Parkinson Disease. Estamos Prontos? Neurol Clin Pract Fev 2021, 11 (1) 69-77.
- Visão geral da doença de Parkinson. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1223/
- Tolosa E, et al. Desafios no diagnóstico da doença de Parkinson. Lancet Neurol. 2021 Maio;20(5):385-397
- Fundação Espanhola Parkinson. https://www.esparkinson.es/